Cantos da Metamorfose ou Aquela Vez Em Que Eu Encarnei Como Boto or

Metamorphosis' Chantings or That Time When I Incarnated As Porpoise ou

Cantos da Metamorfose ou Aquela Vez Em Que Eu Encarnei Como Boto or Metamorphosis' Chantings or That Time When I Incarnated As Porpoise ou

SHORT FILM
Cantos da Metamorfose
ou Aquela vez em que eu Encarnei como Boto

Doc. Exp. · 11’25” · 2024

Impulsionada pelo desejo de gerar vida e dando-se conta do quê a impedia, torna-se inevitável encarar a espiral do tempo. Em 16mm, Ainá Xisto imprime um registro abissal, guiado por uma relação mais-que-humana, através de paisagens internas, conversas autênticas e uma realidade mágica, para reestabelecer o fluxo da vida-Metamorfose, saltando de ser em ser, como novas formas de dizer “eu”. Um canto para desdobrar o destino desde tempos imemoriais. Rituais rupestres entrelaçam diferentes forças incorporadas na vivencia da imagem para esculpir portais e atrair o sentir da latência do desejo - cores, formas e sons detêm o éter da criação a que a vida está determinada. Na Metamorfose cantamos para lembrar e dar corpo ao que já está para acontecer.

Metamorphosis’ Chantings or That time when I incarnated as porpoise

Driven by the desire to give life and realizing the hinder, becomes inevitable to face the spiral of time. In 16mm, Ainá Xisto prints an abyssal record guided by a more- than-human relation, through internal landscapes, authentic conversations and a magical reality, in order to reestablish the flow of Metamorphosis, jumping from being to being like new ways of saying “I”. A chant to unfold destiny from immemorial times. Rupestre rituals intertwine different forces incorporated into the experience of the image to sculpt portals and attract the feeling of the latency of desire- colors, shapes and sounds hold the ether of creation to which life is determined. In Metamorphosis we sing to remember and embody what is already about to happen.

About me… · Sobre mim…

Vinda das águas profundas e do barro vermelho, entre o sertão e a metrópole, Ainá Xisto (1991) trabalha atualmente em Portugal e diferentes regiões do Brasil. Cineasta e artista visual, Ainá é Mestre em Cinema pela Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa e faz das suas criações instrumentos psicomágicos, atualização de conexões de tempos imemoriais e partilha de pedagogias e imaginários de transmutação, saúde e criatividade.
Do íntimo, suas obras transbordam sobre a essência do inexplicável, um transe-manifesto do futuro que já é, prenhe de diferentes formas de viver dentro e fora do tempo, numa configuração de mídias multidisciplinares, mas conectadas sob um rizoma cósmico e uma perspectiva simbiótica.

Arte que atrai vida e vida que atrai arte.

Ainá Xisto (1991) works between Portugal and Brazil. Filmmaker and visual artist, has a Master's degree in Cinema from the School of Arts of the Universidade Católica Portuguesa and uses her creations as psych magic instruments and update to immemorial connections. Sharing pedagogies and imaginaries of transmutation, health and creativity, her works overflow from the intimate with the essence of the inexplicable, a trance-manifest of the future that already is, pregnant with different ways of living inside and outside time, in a configuration of multidisciplinary media connected under a cosmic rhizome under symbiotic perspectives.

Art that attracts life and life that attracts art.


duas mulheres seguram uma bacia com um espelho
ainá performance em video instalação
capa de assim lusco fusco, um livro filme de ainá xisto

LIVRO - FILME - POESIA

spread da página 55, texto diz "transformação no tempo" e a imagem de fundo é de um por do sol no mar com ondas
spread da página 103, diz "pele nua, gosto de terra". a imagem de fundo é uma dupla exposição com gatos, luzes e texturas

Mais lusco do que fusco. Lusco: pessoa ou ser que possui um só olho. Sendo um só, seria este um terceiro olho? Não há comentários a serem feitos sobre estas páginas, elas são por si só. São porque vão ao encontro do vivo que vibra para além dos muros e fronteiras. São porque não pedem licença para existir. São porque desconhecem o monumento, a lei, o pai, a pátria. São porque abraçam o mar e assim sãomar. São porque olham os bichos e assim sãobichos. São porque olham no olho e assim tornam-se-olho. São porque olham a sombra e assim assombram.

Ana Vaz